FUMOS 1
Quase debaixo da minha janela, um andar abaixo, dois homens fumam cigarros atrás de cigarros. Está calor e distraem-se assim. Têm os pés assentes num apartamento comprado ou alugado, os braços estendidos na direcção da rua que é pública. E contudo, é nas paredes do meu quarto que o fumo se aloja, incidioso e nojento.
Tudo legal e praticamente correcto. O cancro quase privado.
Isso traz-me à memória uma carta publicada na Grande Reportagem deste sábado. "(...)que dizer do meu local de trabalho, o serviço de anestesia do Hospital de Santa Maria, onde tenho de "gramar" a poluição horrível e sufocante dos meus colegas viciados do cigarro(...) Impressionante a cadência com que aquelas doutoras anestesistas consomem cigarros durante as horas de serviço incomodando tudo e todos, viciando o ar ambiente das nossas instalações (...)E eu que julgava ser proibido fumar nesas instituições de saúde. Meus Deus, como sou ingénuo".
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